Manoel Castro conversa com Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Tutoia sobre os problemas na educação e o papel da família na cobrança por melhorias
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Manoel Castro conversa com Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Tutoia sobre os problemas na educação e o papel da família na cobrança por melhorias

Na quinta-feira (11), o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Tutoia e Paulino Neves, Merval Filho, participou de uma Live no Instagram com Manoel Castro e pôde falar um pouco mais sobre a educação na cidade e as melhorias que precisam ser feitas, tanto em prol da educação, como dos profissionais.

Merval Filho foi professor da rede municipal de ensino, sendo formado em Letras e Pedagogia. Atualmente é presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Tutoia e Paulino Neves e a 150 dias há frente da gestão já teve que lidar com algumas turbulências.

Como o tema da conversa foi a educação e a precariedade em alguns setores, Manoel Castro começou questionando como Merval analisava a realidade do sistema educacional em Tutoia.

“A educação de Tutoia ao longo do tempo vem melhorando, e isso é visto pelos números nas provas de avaliação. Isso se dá graças às formações continuadas dos professores e melhorias nas estruturas físicas nas escolas. Entretanto, essa melhoria só é notada em comunidades próximas à região central de Tutoia. Já aquelas mais afastadas, ainda temos que lidar com problemas mais graves”, disse Merval.

Neste sentido, Merval faz um alerta que é preciso que a sociedade comece a fiscalizar mais, e fica o papel dos professores se esforçarem nas atividades de inclusão. Isso, sem esquecer do governo e das secretarias, que precisam destinar os recursos para as áreas corretas, entendendo qual a necessidade de cada povoado.

“Vejo a educação carente em alguns aspectos aqui em Tutoia. Visitamos 20 escolas e ainda algumas delas não têm acessibilidade. E quando falamos de gestão de recursos, não envolve somente dinheiro. Envolve ter recursos humanos, materiais para ensino, estrutura física que possa receber os alunos e outras necessidades que a secretaria da educação precisa ter. É necessário um olhar mais detalhado para dentro da escola, por parte do poder público”, disse Merval.

Neste assunto, Manoel Castro lembrou que a secretaria de educação quase fechou a escola do Povoado Estiva agora em 2023, mas foi graças às ações da AMOPPE – Associação dos Moradores e Pescadores do Povoado Estiva, Baixa da Madeira e Ponta de Faca, em parceria com a população, que a unidade de ensino se manteve aberta, inclusiva conseguiu diversas doações.

Questionado porque ações como essa, sem qualquer respaldo da lei e em prejuízo a sociedade, estão acontecendo, Merval disse que, como professor, um dos maiores perigos da educação em Tutoia é a politicagem. “Isso são coisas que não combinam”

É por isso que precisam existir políticas públicas que levam à conscientização da importância da família dentro do ambiente escolar. Justamente para que essas famílias possam cobrar as melhorias necessárias, tanto no ensino, como dos profissionais e na estrutura oferecida pelo governo.

“A sociedade precisa cobrar mais de forma organizada, para buscar melhor qualidade de trabalho, de ensino etc. Muitos alunos não estão matriculados devido à falta de conscientização dos pais. E a falta de educação gera uma roda de problemas. Sem educação, ela não consegue um bom emprego, acaba tendo que buscar ajuda do governo e isso gera um custo ao estado. Ou seja, se a educação for de qualidade, a pessoa estará qualificada para trabalhar e vai conseguir fazer a economia do Brasil girar”, disse Manoel Castro.

Dentro da Live, Manoel Castro aproveitou para mostrar os números da folha de pagamento na área de educação de Tutoia, e são espantosos. No total, são 833 matrículas recebendo salário e aptos para dar aulas, com salário total de mais de R$ 4 milhões. Entretanto, alguns desses profissionais foram cedidos para outros cargos, estão de licença etc.

Ou seja, mesmo com uma folha de pagamento alta, a educação de Tutoia vem sofrendo pela falta de empenho das autoridades, que acabam não destinando a atenção necessária para alguns povoados mais afastados, deixando de oferecer a educação básica, onde muitos alunos acabam tendo que se mudar para outras cidades em busca de estudo de qualidade e formação profissional.

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